Desde a Revolução francesa, os lemas de liberdade, igualdade e
fraternidade fizeram com que as mulheres buscassem seus direitos
constitucionais. Elas acreditavam que esses direitos adquiridos na revolução
deveriam se estender a elas como cidadãs, e olha, elas estavam corretíssimas
desde sempre.
O feminismo foi uma dessas reivindicações. O movimento foi criado em
1848, na convenção dos direitos da mulher, em Nova Iorque. Desde sempre, a luta
tinha como objetivo demonstrar a igualdade entre os gêneros, e extinguir a
concepção enraizada de que a mulher é mais "frágil" que o homem.
Porém, a distorção de valores não está apenas no machismo. Está nos
valores tradicionais, e isso é complicado. Muitas pessoas enxergam as
feministas como "destruidoras de valores", pessoas que querem
destruir as estruturas familiares, ou, que é pessoas dispostas a destruir tudo
aquilo que a religião prega. Como religiosos, vocês deveriam ser mais
compreensivos, e até menos ignorantes, não?
Não, não dá! Em uma sociedade como a nossa, em que as mudanças
importantes só são feitas através de muita militância, algumas pessoas precisam
gritar mais alto para serem ouvidas. Esse barulho é feito e ouvido através das
mídias sociais que são, hoje, as grandes difusoras de informação e a principal
ferramenta de discussão sobre igualdade de gêneros. Afinal, quando foi à última
vez que as pessoas estiveram tão envolvidas em protestos sociais e políticos? A
seguir estão algumas das principais hashtags feministas, que geraram
engajamento e afetaram as nossas vidas.
#heforshe
Ema Watson fez um discurso maravilhoso na conferência da ONU, defendendo
os direitos das mulheres. A hashtag "heforshe" (ele para ela) ganhou
o Twitter. A partir dela, muitos homens se sentiram confortáveis para apoiar o
movimento, e dar apoio às mulheres.
Celebridades como Benedict Cumberbatch, Tom Hiddleston e Mark Ruffalo
usaram a hashtag para se declararem feministas.
#notguilty
Essa hashtag foi criada pela estudante Ione Wells, após ter sofrido um
estupro. Muitas mulheres utilizaram a hashtag para compartilhar experiências
também sofridas por elas.
#niunamenos
A hashtag foi criada para divulgar a campanha Ni una menos, em Buenos
Aires. A campanha pedia o fim da violência contra a mulher e o feminicídio. O
evento foi organizado pelo Centro de Estudos em Direitos Humanos da Faculdade
de Direito da Universidade Central de Buenos Aires.
Uma das hastags que estão viralizando é a #Meuamigosecreto. Mulheres
estão usando as redes sociais desde a terça-feira (24) para manifestar casos de
machismo vividos ou presenciados por elas em seu círculo de amizades e família
com a hashtag #meuamigosecreto. Trata-se de uma alusão irônica à brincadeira
tradicional no período de fim de ano, na qual a pessoa dá dicas sobre quem é o
amigo secreto que receberá dela um presente.
Elas estão criticando também, o projeto de lei de Eduardo Cunha "PL
do aborto.”.
A hashtag se fortaleceu com o compartilhamento de Luciana Genro, ex
candidata a Presidente e fundadora do PSOL.
Mas, assim como os memes, o sentido real da campanha, acaba sendo parodiado
e muitas vezes ridicularizado por muitos. Sabemos que a aderência ao movimento
provém de muita personalidade, pessoas bem resolvidas com relação a sua
sexualidade e da compreensão ao objetivo. E isso, na sociedade em que vivemos
infelizmente, não se muda da noite pro dia.