quinta-feira, 26 de novembro de 2015

As hashtags como ferramenta de revolução

Desde a Revolução francesa, os lemas de liberdade, igualdade e fraternidade fizeram com que as mulheres buscassem seus direitos constitucionais. Elas acreditavam que esses direitos adquiridos na revolução deveriam se estender a elas como cidadãs, e olha, elas estavam corretíssimas desde sempre.

O feminismo foi uma dessas reivindicações. O movimento foi criado em 1848, na convenção dos direitos da mulher, em Nova Iorque. Desde sempre, a luta tinha como objetivo demonstrar a igualdade entre os gêneros, e extinguir a concepção enraizada de que a mulher é mais "frágil" que o homem.

Porém, a distorção de valores não está apenas no machismo. Está nos valores tradicionais, e isso é complicado. Muitas pessoas enxergam as feministas como "destruidoras de valores", pessoas que querem destruir as estruturas familiares, ou, que é pessoas dispostas a destruir tudo aquilo que a religião prega. Como religiosos, vocês deveriam ser mais compreensivos, e até menos ignorantes, não?

Não, não dá! Em uma sociedade como a nossa, em que as mudanças importantes só são feitas através de muita militância, algumas pessoas precisam gritar mais alto para serem ouvidas. Esse barulho é feito e ouvido através das mídias sociais que são, hoje, as grandes difusoras de informação e a principal ferramenta de discussão sobre igualdade de gêneros. Afinal, quando foi à última vez que as pessoas estiveram tão envolvidas em protestos sociais e políticos? A seguir estão algumas das principais hashtags feministas, que geraram engajamento e afetaram as nossas vidas.

#heforshe



Ema Watson fez um discurso maravilhoso na conferência da ONU, defendendo os direitos das mulheres. A hashtag "heforshe" (ele para ela) ganhou o Twitter. A partir dela, muitos homens se sentiram confortáveis para apoiar o movimento, e dar apoio às mulheres.

Celebridades como Benedict Cumberbatch, Tom Hiddleston e Mark Ruffalo usaram a hashtag para se declararem feministas.

#notguilty

Essa hashtag foi criada pela estudante Ione Wells, após ter sofrido um estupro. Muitas mulheres utilizaram a hashtag para compartilhar experiências também sofridas por elas.

#niunamenos


A hashtag foi criada para divulgar a campanha Ni una menos, em Buenos Aires. A campanha pedia o fim da violência contra a mulher e o feminicídio. O evento foi organizado pelo Centro de Estudos em Direitos Humanos da Faculdade de Direito da Universidade Central de Buenos Aires.

Uma das hastags que estão viralizando é a #Meuamigosecreto. Mulheres estão usando as redes sociais desde a terça-feira (24) para manifestar casos de machismo vividos ou presenciados por elas em seu círculo de amizades e família com a hashtag #meuamigosecreto. Trata-se de uma alusão irônica à brincadeira tradicional no período de fim de ano, na qual a pessoa dá dicas sobre quem é o amigo secreto que receberá dela um presente.





Elas estão criticando também, o projeto de lei de Eduardo Cunha "PL do aborto.”.


A hashtag se fortaleceu com o compartilhamento de Luciana Genro, ex candidata a Presidente e fundadora do PSOL.

Mas, assim como os memes, o sentido real da campanha, acaba sendo parodiado e muitas vezes ridicularizado por muitos. Sabemos que a aderência ao movimento provém de muita personalidade, pessoas bem resolvidas com relação a sua sexualidade e da compreensão ao objetivo. E isso, na sociedade em que vivemos infelizmente, não se muda da noite pro dia.